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Olá, sou brasileiro e moro na divisa do Estado de São Paulo com Minas Gerais, exatamente na curva do Rio Grande e numa volta de seu grande lago, na cidade turística de Guaraci de onde escrevo esse Blog. Sou formado em agronomia e nasci em 1952

domingo, 18 de julho de 2010

O Paradoxo de Nosso Tempo




O Paradoxo de Nosso Tempo
(Original: The Paradox of Our Age, by Dr. Bob Moorehead)


Dr. Bob Moorehead é ex-pastor da Igreja Cristã Overlake de Seattle, EUA. Ele se aposentou em 1998 após 29 anos no cargo. Este seu texto consta do “Words Aptly Spoken”, da Igreja, datado de 1995, e é parte da coleção de orações, homilias e monólogos usados em seus sermões e transmissões de rádio. O texto, “O paradoxo de nosso tempo” (The Paradox of Our Age), é bastante divulgado na net, em partes ou completo, em versões e/ou traduções semelhantes e é sempre apresentado como um convite à reflexão, sobre a ordem de valores da vida moderna. Nas postagens mais antigas, ele aparece creditado ao comediante norte-americano George Carlin, e não ao ex-pastor Bob Moorehead, seu autor. É bastante difundido porque a maioria dos leitores gosta, mesmo quem o lê pela 2ª vez. Alguns o depreciam pela generalização, e não fogem à regra, porque um paradoxo, grosso modo, é o oposto do que alguém pensa ser a verdade. Ou seja, um texto escrito para questionar. ¹Kierkegaard, dizia que: “o paradoxo é a paixão do pensamento”. Há ainda outros que preferem dizer que esse texto é uma verdadeira lenda urbana.

Confira:

O paradoxo do nosso tempo é que...

Temos prédios mais altos, mas paciência curta; rodovias mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; nós gastamos mais, mas possuímos menos; compramos mais, mas desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores, mais conveniências e menos tempo; nós temos mais diplomas, mas menos, bom senso; mais conhecimentos, mas menos juízo; mais especialistas e ainda mais problemas, nós temos mais objetos pessoais, mas menos satisfação, mais medicina, mas menos bem-estar.

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos muito irritados, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos seu valor. Nós falamos demais, amamos raramente, nos aborrecemos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas nem sempre melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; Escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".

Um momento de forte apelo visual e muito pouco por dentro.

Uma Era que leva você a ler esse texto, e uma Era que te permite compartilhar essas palavras ou de simplesmente clicar em ‘delete’.


Veja esse depoimento de ²Deni Belotti...

- Quando li este texto pela primeira vez eu era um executivo de multinacional que havia decidido que a carreira era a coisa mais importante. E justificava esta decisão com o argumento de que, como provedor, era minha responsabilidade garantir conforto a minha família e sólida formação acadêmica aos meus filhos. Mentira. Eu gostava mesmo era do status que o chamado mundo corporativo fornecia. Salas e salários cada vez maiores, celulares e computadores cada vez menores, vagas exclusivas para estacionar carros importados fornecidos como benefício. Dei algumas voltas ao mundo. Estive em 42 países. Conheci gente de praticamente todas as nacionalidades. Negociei em diversos idiomas e ambientes culturais. Aguardei vôos de ‘Executive & First Classes’ nas mais aconchegantes salas VIP do mundo. Logo que a tecnologia viabilizou a conexão via satélite passei a carregar um telefone Iridium (se você sabe o que é, esta lembrança diz muito a seu respeito…). Hotéis de luxo eu costumava selecionar pelo número de fios egípcios da composição dos seus lençóis e restaurantes românticos pela beleza das flores frescas sobre a mesa. Estive não poucas vezes em Paris… sozinho. Em Veneza, dezenas de vezes… sozinho. Em Copenhagen… sozinho. Na Toscana… sozinho. Na pura neve sueca… sozinho. Nos lindos fiordes noruegueses… sozinho. E cada vez que me lembrava deste texto, o achava um texto babaca. Alguns casamentos e divórcios mais tarde… filhos crescidos e bem formados no exterior, tão longe do meu cuidado e influência pessoal que sequer consigo ver traços que não os que foram transferidos pela genética… a vida solitária de cidadão do mundo que (quase) exterminou minha capacidade de criar raízes… e… a inseparável sensação de vazio que me acompanha desde a adolescência foram paradigmas poderosos que ontem… mais uma vez… sozinho num quarto de hotel…
foram ressuscitados pela releitura deste texto. Estou chegando aos 50 anos. Faltam poucos meses. Espero chegar aos noventa. Tenho mais quarenta pela frente. Errei. Errei muito. Tomei atalhos. Iludi e fui iludido. Enganei-me e fui (muito) enganado. Fui ingênuo. Menti. Pra mim e pra muita gente. Chega. Acabou. A vida sem dúvida passa por colecionar projetos de sucesso… mas tem de ser mais que isso. Decidi que quero viver. Quero só viver a vida… intensa… bela… cheia de graça… aventura… surpresa… alegria… amor… paixão… pele… muita pele… cheiros… sabores… sol e lua… chuva… mar… vento e brisa… amigos… amigos… tenho tão poucos… quero mais… quero novos… quero outros… quero fazer (só) o que gosto… e finalmente fazer dinheiro tão somente através da simples alegria de contribuir pra que pessoas sejam mais felizes… quero compor canções de amor… quero tocar meu piano… quero cozinhar pra quem amo… quero amar profundamente… quero andar de mãos dadas e dedos cruzados… passear só por passear…sem destino…quero rir…quero chorar de saudades…chegou a hora das relações de verdade…da caminhada leve… tranquila… alegre… divertida… do compartilhar de almas… da fusão de sentimentos… da unificação de corações… chegou a hora de eu me amar… muito… e de sussurrar EU TE AMO… muito… e diariamente… no ouvido de quem amo… até que as luzes da vida se apaguem… e não haja mais nada que eu possa fazer…


Tempos de transição...
Coloquei este texto aqui porque gosto muito de sua composição. Ele resume alguns dos grandes problemas de nosso tempo, e os descreve num rol sequenciado por justaposições. Mas, na verdade e sem polemizar, acredito mesmo que, historicamente, o mundo sempre muda pra melhor, e todas as suas grandes mudanças, passaram por fases de transição e por isso, acredito também, que nessa Era estamos nos adaptando e vivendo uma fase transitória.



Pequenos textos,
grandes significados












Referências:

¹Kierkegaard (1813-1955): teólogo e filósofo dinamarquês do século XIX.
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B8ren_Kierkegaard

²Deni Belotti – Pastor, escritor e conferencista nas áreas de Liderança e Marketinghttp://www.denibelotti.com.br/2010/01/o-paradoxo-do-nosso-tempo/


Para saber mais:

Em inglês:http://www.snopes.com/politics/soapbox/paradox.asp
ou,http://www.trans4mind.com/counterpoint/moorehead.shtml

Em português:http://christianrocha.wordpress.com/2005/01/07/o-paradoxo-de-nosso-tempo/




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